A vida oculta através da encarnação: o mistério da proximidade (Mc 6,1-6 – XIV TC Ano B).

A vida oculta através da encarnação:

o mistério da proximidade

(Mc 6,1-6 – XIV TC Ano B).

Sempre que Deus utiliza a fraqueza, a debilidade, a fragilidade, a simplicidade, isto é, se dá a conhecer e amar no Mistério da Encarnação, os nossos caminhos ficam diferentes dos seus caminhos. Nós, homens e mulheres do séc. XXI, deixamo-nos, «perplexos» – diante dos Profetas como Ezequiel (“podem escutar-te ou não… casa de rebeldes”; na cidade do Porto, o ex-presidente dos EUA, Obama, e a escuta/ruído gerado à sua volta…); da fraqueza de S. Paulo (…“o espinho na Carne” diante do drama dos 12 adolescentes e um adulto presos na caverna da Tailândia: o resgate, ainda está em curso, faltam quatro adolescentes e o treinador…); e sobretudo, de Jesus Cristo, na aceitação da pequenez da Aldeia de Nazaré e na Proximidade máxima da vida de um carpinteiro, filho de Maria, o Deus connosco no dia-a-dia da História.

Que perplexidade: como desfazer preconceitos, como aceitar a pequenez, e também qual o Dom e Tarefa da Proximidade de Jesus Cristo: onde há falta de fé? Onde há fé verdadeira? A mobilização no “Projeto dá Mais Tempo à Vida”, no concelho de Oliveira do Bairro, é um exemplo notável. Jesus Cristo veio ao nosso encontro assumindo a fraqueza, a simplicidade, a debilidade, a pobreza, nas situações mais simples e banais, nas pessoas mais humildes e despretensiosas… É preciso que interiorizemos essa “lógica de Deus”, para que não perder a oportunidade de O encontrar: perceber os seus desafios, acolher a proposta de vida que Ele nos faz.

Esperava-se um Deus forte e majestoso, que se havia de impor de forma estrondosa, e assombrar os inimigos com a sua força; o Jesus de Nazaré não encaixava nesse perfil. Os preconceitos fecharam os esquemas mentais, já previamente arrumados. É necessário purificar o coração e a mente. Apesar da incompreensão Jesus continuou, em absoluta fidelidade. O nosso testemunho atravessa as incompreensões e oposições… no desanimo e na frustração. Pedir a Graça da Coragem, da Serenidade e dos Pequenos Passos. Saber gerir bem as situações na falta de acolhimento, de compreensão e mesmo sem aceitação. Sobretudo, pedir o discernimento para saber a diferença entre o que queremos fazer pelos outros e o que os outros precisam que façamos por eles. Verdadeiro Homem, verdadeiro Deus, essa tensão ainda não está assumida. É esse Jesus Cristo, habitante de Nazaré, que tal como nós, humano, na marca divina eliminou a distância para Deus e entre nós.

pedro josé, Bustos / Mamarrosa / Oliveira do Bairro / Palhaça, 09-07-2018. 2389

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