Os Presentes Grátis: desembrulha e conhecerás a compra/oferta?!
Numa sociedade espectáculo (a que preço!): «o maior entre os filhos de mulher»: Um Presente Grátis, cujo real significado ainda está a ser avaliado hoje (cfr. Lucas 1,57-66.80).
ANÚNCIO – Conforme o anjo tinha anunciado a Zacarias, Isabel deu à luz um filho. Também os festejos da nossa vida têm sido anunciados: «onde…como… quando… por quem…». A expressão de Isaías desde o «ventre materno»; «seio materno»… Contar a história com a voz de mãe e a voz de pai (quem assume essa missão… é urgente). Temos silêncios mudos e traumáticos: aprender a escutar, tão importante, como falar (e contar a história: narrar…). Não temos tempo de ouvir/escutar, não conseguimos contar. GESTO e NOME – Para o povo judeu a circuncisão feita no oitavo dia do nascimento era um sinal da aliança concluída entre Yahweh e a nação. O cumprimento deste rito não era reservado aos sacerdotes pois até as mulheres, pelo menos numa época tardia (cfr. 2Macabeus cap.6)[1], podiam circuncidar, mas o costume devia ser o de mandar vir o encarregado local. “Ao tempo de Jesus só no momento da circuncisão o menino recebia o nome. Pode ligar-se este uso ao facto de Deus ter mudado o nome de Abraão e de Sara com a declaração sobre a lei da circuncisão (Gn 17,5.15). Não era hábito dar ao filho o nome do pai, dado que os povos daquela zona, como muitos outros povos, diferenciavam as pessoas dum certo clã acrescentando o nome do pai (como Simão filho de Jonas; Mt 16,17). No caso de João, talvez a avançada idade do pai sugerisse um procedimento diferente. Dar o nome à criança poderia caber tanto ao pai como à mãe. O Antigo Testamento está repleto de exemplos que atestam este costume. O facto de Isabel indicar «João» como nome da criança provocou certa objecção, talvez por ser hábito nessa altura escolher um nome que já existisse na família, o que não seria o caso de «João»”.
Nós «ouvintes da Palavra», agarrados pelo visual, saturados de ruídos – Tal como os momentos incompreensíveis que os vizinhos viveram. Aquela criança era diferente das outras: Que virá a ser aquele menino? O que é que Deus quer dela? Como vivemos as surpresas que a vida nos traz? E com quem as partilhamos? O texto termina laconicamente, não respondendo… e apontando para a sua manifestação a «Israel»[2]. João cresce fisicamente e amadurece longe da vida dos homens, mas próximo de Deus, no deserto. Onde o cheiro e anúncio, como «Precursor»[3], a Vida/Testemunho de Jesus Cristo: somos da família de Jesus, ou aqueles primos, em terceiro ou quarto graus… que sempre incomodam?! Anúncios. Gestos. Nomes. Pedidos concedidos, negados por uns, esquecidos cinicamente por outros… que desperdício. “O menino e a água do banho…tudo perdido”… o NOME faz Luz… João, que significa «Yahweh concede graça» (Yo-hanan). Que quer dizer o teu nome (a tua história, na voz de terceiros…) e que missão encerra para ti e para nós?