outlet das verdades da fé?
Sabe-se que os produtos «outlet» são produtos que percorreram as várias fases de venda (muitas vezes sem o êxito comercial esperado; outras vezes como puro incentivo ao “luxo da marca”…) e finalmente encontram uma derradeira “saída para o mercado” (tipo feira de saldos permanentes…), sendo então vendidos com o preço muito mais reduzido, do que seriam numa “loja” ao preço normal. É a reciclagem levada ao extremo absoluto. No mercado nada se perde, de tudo e com tudo se pode ganhar novamente. A cada preço o seu comprador.
A fé no confronto com a banalidade do mal e no virtuosismo do bem, não pode entrar neste jogo perigoso, na sua perversidade consumista. Vamos cedendo e o Evangelho fica reduzido a um conto de fadas para viúvos santos. Ninguém testemunha porque a ninguém serve!? Fala-me da tua esperança?! Fala-me da tua caridade?! Fala-me da tua fé?!
Que a ciência nos ajude a conhecer melhor, não só a palavra de Deus, mas também os outros saberes. Que o conselho nos ajude a dizer alguma “palavra de cal”, desprovida de artifício. Que o entendimento nos leve a desejar aprofundar sempre mais. Que a sabedoria fale pela experiência acumulada. Que o temor ajude a tantos desvairados a não se perderem pelos descaminhos da vida. Que os mais fracos busquem a fortaleza para enfrentarem tanta inércia, indisciplina, medo. Que a piedade ajude a tantas pessoas que não conseguem rezar, que vivem distraídas, a procurarem conhecer um pouco mais do mistério de Deus[1].
Somos uma verdadeira estação de serviços não pagos e quase não desejados, apenas assumidos pelo custo do Reino. Ao serviço da pessoa e do bem comum.
Por: Pedro José, Gafanha da Nazaré, 15-06-11. Caracteres (esp.incl.): 1616.
[1] Cfr. João Batista Libanio, S.J., http://www.miradaglobal.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1776%3Aos-dons-do-espirito&catid=64%3Ajb-libanio-sj&Itemid=100003&lang=pt, acesso: 15-06-11.
Gostei especialmente de uma parte:
“Ninguém testemunha porque a ninguém serve!? Fala-me da tua esperança?! Fala-me da tua caridade?! Fala-me da tua fé?!”