Alforge da vida
Caminhante,
Porque caminhas?
Calçaste as sandálias
E sem medo de represálias
Seguiste o sonho, o teu destino.
Sabes para onde vais
E as razões que te motivam.
Delineaste o teu ritmo,
Previste os obstáculos:
Não és dos que desanimam.
Ainda agora iniciaste
O percurso que te anima.
Essa fé que te acompanha
Leva uma vida que não é estranha:
Será uma luz que te ilumina.
A meta que foi traçada,
Numa certeza infinita
Testemunha o teu empenho,
O teu ser e o teu saber,
Uma imagem definida.
Num caminho delineado,
Com moderação e afinco
Temos a certeza, a afirmação
De merecer admiração,
De ser seguido por quatro ou cinco.
Caminhante
Que já vais longe,
E não deixas de marchar
Sem perder todo o teu brilho,
Leva-me também contigo:
Ensina-me a caminhar.
FONTE: RUBALINHO, Madalena, “Alforge da vida” in JARDIM, Jacinto, O Método da Animação, Editor AVE, Porto, 22003, p.144.