Novidades que trespassam

 

Novidades que trespassam

Diante das «novidades» o valor da permanência é o critério principal e decisivo. Quais são os absolutos que orientam a nossa Vida? Deus e o Amor, para com os irmãos de perto e de longe! Só amamos os de “longe” se amarmos, também, os de “perto”. Só há estes dois absolutos. O mesmo quererá significar: Dom e Fidelidade, união e relação.

 Há quem se julgue, em dois absolutos, ligeiramente, diferentes: “Deus” e (na) “Fome”. Também é em parte verdade: como direito à Indignação. Mas não deve ser a indignação a comandar a nossa vida e sim a Dignidade a ser comungada. A Dignidade verdadeira está no Amor pelo próximo (perto e longe!). Na teoria a fome não existiria mais. Na prática impõe-se uma dieta que mata.

 Há uma “overdose” de novidades falsas. Há novidades que nos deixam profundamente indignados. A indignação começa no interior cheio de egoísmo que não se deixa converter. Pessoas que já não falam entre si do que deve ser respeitado. Da fala que não fecunda a Vida em comum. Indignação por não tentar outra vez e por repetir uma última vez; indignação por não ter outra dignidade e só nos restar a paciência; indignação para quando não se aceitar nada de nada.

Exemplos com piedade despoluída: não aceitar a fome de uma criança ou idoso; não aceitar o analfabetismo de qualquer saber instrumental e espiritual; não aceitar a imposição do que não é humano, por natureza e civilização; as respostas podem ser diversas: quando a solução é só uma; as respostas podem ser incorretas: porque a pergunta é verdadeira ou não é.

Mentimos quando ficamos escravos da nossa verdade relativa. Do tipo: “Não compreendo mais os outros; mas o seu compromisso aumenta o meu desejo real de compreender”. “Será o primeiro de muitos passos vazios”. “Talvez a última vontade requerida por medo”. “Desfazemos sempre os princípios na base da preguiça farisaica”.

O que deveria mudar na Igreja e no Mundo? No caminho da santidade: apenas você e eu. Eis o tom da verdadeira sintonia para cuidarmos de nós e do mundo que nos rodeia. Ocupação tão nova em sabedoria já depurada. Precisa-se de lentidão apressada. Eis a novidade do Evangelho que trespassa a indiferença costumeira. Vale a pena pensarmos nisto e rezarmos em comunidade. Nossa Caridade ficará inesgotável!

Pedro José, CDJP, Gafanha da Nazaré/Encarnação/Carmo,03-01-2015, caracteres (incl. esp), 2243.
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